Os celíacos podem tomar com segurança todos os medicamentos do mercado europeu.
De facto, a European Pharmacopoeia estabelece um limite para o teor total de proteínas do amido de trigo presente como excipiente em medicamentos. O teor máximo total de proteínas é de 0,3% (3000 partes por milhão ou ppm), o que se correlaciona com um teor de glúten inferior a 100 ppm, estando assim o glúten presente em quantidade vestigial. A quantidade máxima de glúten em medicamentos para uso oral é, por isso, limitada por esta disposição e é completamente inofensiva para o celíaco, levando em consideração a quantidade relativamente pequena (peso) dos medicamentos consumidos diariamente. Contudo, a presença de glúten enquanto alergénio deve estar mencionada na bula do medicamento.
Todos os medicamentos podem ser considerados seguros e adequados para pessoas com doença celíaca. No entanto, em casos de hipersensibilidade individual, deverá analisar-se individualmente.
No que diz respeito a todos os medicamentos, produtos de higiene e cosméticos que entram em contato com a pele e mucosas, estes não são considerados um problema para pacientes com doença celíaca e dermatite herpetiforme, mesmo que contenham glúten, considerando que nestes casos a quantidade de glúten também é residual. Além disso, o glúten apenas desencadeia uma reação adversa nos celíacos quando entra em contato com a mucosa intestinal. Mais uma vez, em situações de hipersensibilidade extrema, deverá analisar-se caso a caso.
Inclusive, mesmo as pastas dos dentes e batons são sempre seguros para celíacos, ainda que contenham glúten, tendo em conta a quantidade muito pequena (vestígios) dos produtos que pode ser ingerida.
De acordo com o Sistema de Licenciamento Europeu, os medicamentos, cosméticos e produtos de higiene não podem ser licenciados pela marca registada da espiga cortada.
Estas indicações da AOECS apenas se aplicam a celíacos e não a alérgicos ao glúten.
