Claro que sim…desde que cumpra a dieta! Um celíaco que cumpra a dieta é uma pessoa com as mesmas capacidades fisicas e intelectuais que um não celíaco. Só se torna doente se não cumprir a dieta.

Não. Tudo leva a crer que já era conhecida há pelo menos 1800 anos! Se agora se fala mais dela é porque existem meios seguros para se fazer o seu diagnóstico e também porque se conhecem melhor as suas causas e implicações.

Também aqui não há qualquer motivo para receios: desde que a dieta seja cumprida o celíaco pode ter uma vida sexual idêntica à de qualquer outra pessoa. Quando a restrição de glúten não é respeitada estão descritos quadros de baixa fertilidade, impotência, irregularidade nos períodos menstruais, etc.

Infelizmente nos adultos não. Há outras doenças que se podem confundir com ela e só a biópsia permite distinguir umas coisas das outras.

No entanto, em pediatria, os critérios mais recentes da ESPGHAN (European Society for Paediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition) já indicam ser possível, em situações muito específicas e bem definidas, efetuar um diagnóstico de doença celíaca sem recorrer à biópsia. Essa avaliação deverá ser feita pelo médico de gastroenterologia pediátrica.

Pode consultar o artigo Guidelines de 2020 da ESPGHAN para o diagnóstico de Doença Celíaca – Tradução Oficial, na área informação científica.

Na DC não tratada as funções do intestino podem estar muito alteradas. As análises que se fazem habitualmente permitem detectar estas alterações e as suas consequências.

Sim, embora em maior quantidade numas regiões que noutras. Esta distribuição irregular pode ter a ver com factores rácios mas também com os hábitos alimentares já que há povos que não utilizam habitualmente os cereais com glúten na sua alimentação.

Os factores genéticos que condicionam a ocorrência da doença levam a que cerca de 15% dos familiares directos de um celíaco possam ser também doentes. Isto quer dizer que numa família podem existir vários casos embora por vezes com sintomas de intensidade diferente.

Os factores genéticos já referidos criam apenas uma “predisposição”, um “bom ambiente”, para o aparecimento da doença. A sua expressão plena depende, contudo, de outros factores imunológicos (ex.:infecções) e ambientais (ex.: introdução precoce ou tardia de glúten na alimentação, amamentação).

Alguns trabalhos mostram que um vírus (Adenovirus tipo 12) infecta com frequência exagerada os doentes celíacos. Isto pode querer dizer que esse vírus tenha um papel mais ou menos importante no desencadear da doença mas o assunto não está ainda completamente esclarecido.

Uma vez que não se conhecem completamente as causas da doença, é difícil imaginar um processo para evitar o seu aparecimento. Com esta finalidade, contudo, a ESPGAN propôs que a introdução do glúten na alimentação da criança só se faça depois dos 6 meses. A eficácia desta medida está por demonstrar.

Não. Algumas mães têm por vezes a tentação de se “acusarem” por terem feito isto ou aquilo (fumar, beber, manter actividades fisícas violentas, etc.) durante a gravidez. Não há qualquer razão para esses receios pois não há relação com a doença celíaca.

Alguns estudos indicam que a introdução de pequenas porções de glúten, ainda durante a amamentação, possa funcionar como um “factor protector” e reduzir o risco de desenvolver DC porém, ainda não existe uma certeza.

Não, a DC não é o mesmo que uma alergia ou intolerância. Esta é caracterizada como uma doença auto-imune, o que significa que o organismo produz anticorpos que atacam os seus próprios tecidos. Nos celíacos este ataque é provocado pela ingestão de glúten, proteína presente em três cereais: trigo, centeio e cevada.

O diagnóstico deve ser personalizado e adaptado a cada caso. O diagnóstico da DC deve ser apoiado em várias informações, nem sempre sendo fácil de o estabelecer:

  1. História clínica
  2. Análises sanguíneas (serologia)
    • Anti-transglutaminase (tTG), IgA e/ou IgG
    • Anti-gliadina desaminada, (AGA), IgA e/ou IgG
    • Anti-endomísio (AE), IgA e/ou IgG
  3. Endoscopia digestiva alta com biópsias do duodeno (bulbo e segunda porção)
  4. Teste genético (pesquisa de HLA DQ2 e DQ8)

Não. É importante que o diagnóstico seja feito NÃO estando o indivíduo sob dieta isenta de glúten ou, caso contrário, vai estar a influenciar os resultados dos exames, não obtendo um diagnóstico conclusivo.

Uma vez celíaco, celíaco para toda a vida! A DC é uma doença crónica e, como tal, para toda a vida. Os sintomas desaparecem quando o indíviduo cumpre a DIG mas isso não significa que esteja curado. Pode ainda dar-se o caso de apresentar sintomas atípicos (extra gastrointestinais) porém, a DC não desaparece.

De acordo com o Instituto Português de Sangue e Transplantação, as doenças autoimunes são critérios de eliminação para a possível doação de sangue e/ou medula óssea.
Ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) indique que os doentes celíacos que cumpram a dieta, estejam assintomáticos e com anticorpos negativos, o possam fazer, é consenso habitual entre os laboratórios recusar a doação, única e exclusivamente para proteção da saúde do dador.

Até à data, não existem evidências científicas que sugiram que um individuo saudável tenha algum benefício em manter uma DIG. Por outro lado, é essencial alertar para a importância de se rastrear os indivíduos que apresentem reacção à ingestão de glúten/ trigo, antes de se iniciar a DIG.

Ainda que o trigo e restantes cereais com glúten sejam dos alimentos mais presentes na dieta, e uma importante fonte de hidratos de carbono, vitaminas do complexo B e minerais, existem vários outros cereais e pseudo-cereais que devem estar presentes diariamente na dieta, sendo o equilíbrio e a variedade fundamentais.

  1. Viva a vida! (e não a doença)
    • Ser Celíaco (ou ter um familiar celíaco) é só uma ínfima parte da sua vida (ou da vida do seu familiar). A doença celíaca deve, por isso, ocupar o espaço que merece no seu dia a dia – muito pequeno. O resto do tempo dedique-o às coisas verdadeiramente importantes e prazerosas.
  2. Foque-se na solução
    • Informe-se, junto de fontes credíveis (o seu médico, a APC,…), sobre o que é a doença celíaca e o que está ao seu alcance fazer para a controlar e melhorar o seu estado geral de saúde. Respeite escrupulosamente as prescrições. Faça a sua parte – não desperdice energia a tentar atuar sobre o que não controla.
  3. Simplifique
    • Depois de adquirido o ritmo, é muito fácil cumprir com todas as prescrições inerentes ao facto de ser portador (ou ter uma familiar portador) da doença celíaca, por isso, procure tornar os novos hábitos o mais compatíveis possível com a rotina familiar normal
  4. Faça uma Dieta Equilibrada e Saborosa
    • Ser portador de doença celíaca, comer bem e ter prazer no que come são perfeitamente compatíveis. Respeitando as restrições da isenção de glúten, encontre formas de manter uma dieta equilibrada, e de continuar a comer o seu tipo de alimentos favoritos (na APC encontrará uma ajuda preciosa).
  5. Celebre as Conquistas
    • Festeje o facto de saber que pode continuar a comer pastéis de nata (já existem no mercado variantes sem glúten), ao invés de ficar a chorar porque ainda não existe Pão Alentejano.
  6. Partilhe e Interaja
    • Partilhe as suas dúvidas, receios, inquietações, mas também os seus sucessos, as suas receitas, e a sua forma positiva de encarar a vida. Fuja do isolamento.
  7. Desdramatize – é só uma intolerância alimentar!
    • Ser portador de doença celíaca é compatível com tudo o que é realmente importante para a qualidade da sua vida (ou para a vida do seu familiar).
  8. Inscreva-se na APC
    • Tem acesso a informação rigorosa e de grande utilidade para facilitar o seu dia-a-dia e/ou o do seu familiar.
  9. Participe nos Encontros e Workshops da APC
    • Contacte com pessoas que já têm mais experiência de controlo da doença, partilhe questões, peça dicas, recolha receitas,…, DIVIRTA-SE!
  10. S☺rria, após o diagnóstico deixará de ser doente e passará a ser Celíaco!!

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